Os processos de industrialização
e urbanização estão intrinsecamente interligados. Foi com os avanços e
transformações proporcionados, por exemplo, pelas Revoluções Industriais
na Europa que esse continente concebeu o crescimento exponencial de
suas principais cidades, aquelas mais industrializadas. Ao mesmo tempo, o
processo de urbanização intensifica o consumo nas cidades, o que
acarreta a produção de mais mercadorias e o aumento do ritmo da
atividade industrial.
A industrialização é um dos principais
fatores de transformação do espaço geográfico, pois interfere nos fluxos
populacionais, reorganiza as atividades nos contextos da sociedade e
promove a instrumentalização das diferentes técnicas e meios técnicos,
que são essenciais para as atividades humanas. A atividade industrial,
por definição, corresponde ao arranjo de práticas econômicas em que o
trabalho e o capital transformam matérias-primas ou produtos de base em
bens de produção e consumo.
Com o avanço nos sistemas de comunicação
e transporte – fatores que impulsionaram a globalização –, praticamente
todos os povos do mundo passaram a consumir produtos industrializados,
independentemente da distância entre o seu local de produção e o local
de consumo. Estabelece-se, com isso, uma rede de influências que atua em
escalas que vão do local ao global.
Graças ao processo de industrialização e
sua ampla difusão pelo mundo, incluindo boa parte dos países
subdesenvolvidos e emergentes, a urbanização também cresceu, a ponto de,
segundo dados da ONU, o mundo ter se tornado, pela primeira vez,
majoritariamente urbano, isto é, com a maior parte da população
residindo em cidades, feito ocorrido no ano de 2010 em diante.
Mas como a industrialização interfere na urbanização?
É errôneo pensar que a industrialização é
o único fator que condiciona o processo de urbanização. Afinal, tal
fenômeno está relacionado também a outros eventos, que envolvem
dinâmicas macroeconômicas, sociais e culturais, além de fatores
específicos do local. No entanto, a atividade industrial exerce uma
influência quase que preponderante, pois ela atua tanto no espaço das
cidades, que apresentam crescimento, quanto no espaço rural, que vê uma
gradativa diminuição de seu contingente populacional em termos
proporcionais.
No meio rural, o processo de
industrialização interfere com a produção e inserção de modernos
maquinários no sistema produtivo, como tratores, colheitadeiras,
semeadeiras e outros. Dessa forma, boa parte da mão de obra
anteriormente empregada é substituída por máquinas e técnicos
qualificados em operá-las. Como consequência, boa parte dessa população
passa a residir em cidades, por isso, elas tornam-se cada vez maiores e
mais povoadas. Vale lembrar que a mecanização não é o único fator
responsável pelo processo de migração em massa do campo para a cidade, o
que chamamos de êxodo rural, mas é um dos elementos mais importantes nesse sentido.
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